Cotonicultura e o desmatamento

 Por: Ian Mamédio Leite Santos



Foto: Ian Mamédio Leite Santos

Desde o armário, nas nossas vestimentas, até as rações preparadas para o gado de corte que vai para o nosso prato o algodão está introduzido na vida do brasileiro de forma tão intrínseca que muitos não se dão conta ou sequer têm conhecimento de que muito do que compramos provém, direta ou indiretamente, da cotonicultura. Afinal, quem nunca foi pego de surpresa ao descobrir que aquela calça jeans favorita é feita da bela pluma de algodão?


Mas infelizmente nem tudo são flores. Quando falamos na questão do desmatamento, entre 2019 e 2020 e novamente em 2022 a Bahia foi um dos 3 estados com mais municípios desmatando a Mata Atlântica. Segundo o diretor de conhecimento da SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, um dos fatores que afetam esse bioma é a derrubada da mata para a criação de pastagens e de mais espaço para culturas agrícolas.


Apesar disso, os órgãos de regulamentação da produção de algodão têm regras bastante rígidas com relação à proteção da mata original nas áreas das plantações de algodão, obrigando os produtores a manter ao menos 30% dessa área intocada. A maioria das plantações de algodão não são monoculturas e seus produtores evitam utilizar agrotóxicos ou "defensivos químicos", optando pelo uso de biopesticidas e plantações rotativas fazendo com que os danos dentro dessas culturas sejam reduzidos já que a produção de outros grãos em rotatividade com o algodão evita o empobrecimento do solo.


A Bahia é responsável por 70% da produção de algodão do país, sendo 90% localizado na região oeste do estado, logo essas medidas, apesar de mínimas são muito importantes tanto para a preservação ambiental quanto pela confiança do consumidor contemporâneo, que por estar mais engajado em questões socioambientais se sente mais confortável sabendo que os produtos que compra no mercado têm impactos baixos na saúde do planeta.

 

 



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