AGRONEGÓCIO E COTONICULTURA MOVIMENTAM A ECONOMIA

Por Milena Fiuza Queiróz     

Foto: Milena Fiuza

O agronegócio que segundo a Defesa do Agro sustenta cerca de 21% do Produto Interno Bruto (PIB) é também fonte de geração de matérias-primas e empregos, que de certa forma sustenta o pilar econômico de um país, sendo importante fator para o crescimento da riqueza nacional.

A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) divulgou que o PIB do agronegócio baiano corresponde a cerca de 1⁄4 em sua economia. No período entre 2012 e 2017, o valor do PIB do Agronegócio do Estado passou de R$ 41.076 milhões para R$ 60.770 milhões. Uma evolução de 22,5% para 23,5% do total do PIB da região, um importante indicador que mostra a dinâmica agropecuária do Estado.

Com o Oeste representando mais de um terço de toda riqueza produzida no setor agro do Estado, a cultura agrícola do cultivo de algodão, soja e milho da região movimenta significativamente o PIB de toda Bahia. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região detém cerca de 34,2% do Produto interno Bruto agropecuário da Bahia, tornando o Estado uma potência no cenário do agronegócio Nacional.

O crescente cultivo de algodão na Bahia, que detém 20% da produção da fibra no âmbito nacional, conforme a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (ABAPA), levou o país a posição de 4° maior na produção de algodão e 2° maior no ranking de exportação da fibra. Ainda segundo a ABAPA, a safra de algodão de todo o Estado no ano de 2017/2018 foi de 263.692 toneladas e em 2018/2019 esse número cresceu para 331.900, mas com uma estimativa de 625,643 megagramas de pluma, tornando a Bahia o 2° maior produtor do país atrás apenas do Mato Grosso.

O Município de Luis Eduardo Magalhães que foi emancipado de Barreiras no ano de 2000, com um Produto Interno Bruto (PIB) em R$ 43,8 mil, passou a ocupar o 5° lugar no ranking Estadual, expôs o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Na safra de 2017/2018 sozinho o município produziu 13.002,0 toneladas de algodão e em 2018/2019 a produção ja alcança a marca de 18.951,0 toneladas da fibra. "O clima bem definido da região ajuda no aumento da qualidade das plumas levando o algodão do Oeste da Bahia a ser considerado um dos melhores do mundo", disse o diretor executivo da ABAPA, Lidervan Morais.

EMPREGABILIDADE

Com a crise econômica que viveu o Brasil no ano de 2014 e ainda sentindo seus reflexos em 2019, o número de desempregados no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística cresceu de 6,75 milhões para 13,23 milhões, levando o setor empregatício a registrar uma taxa de desemprego de 12,7% marcando um recorde na Pesquisa Nacional De Amostra a Domicílio (PNAD), iniciada pelo IBGE em 2012.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), constataram que o agronegócio conseguiu em 2015 empregar cerca de 19 milhões de pessoas, e em 2016 houve um aumento de 75 mil novos empregados no setor.

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABAPA) levanta a bandeira em defesa da mão-de-obra capacitada e legalizada, aperfeiçoando cerca de 20,5 mil pessoas, sendo 10,526 mil pessoas qualificadas somente em 2018 em seu centro de treinamento criado em 2010. O centro que desenvolve capacitações voltados a cadeia produtiva do algodão, já ministrou mais de 940 cursos relacionados a cotonicultura no Estado. “Nossa região está cada vez mais precisando de mão de obra capacitada” disse Rubens Sá, sócio administrador da Textil Santa Clara LTDA (TESCLA). O CT que tem capacidade para atender mais de 200 pessoas foi transformado em um ponto de convergência de todas as atividades desenvolvidas em aperfeiçoamento profissional e possui cerca de 14 áreas de atuação, dentre elas a movimentação de cargas, terraplanagem e florestal, beneficiamento de análise da fibra do algodão, tecnologia em pneus agrícolas e rodoviários.

A geração de empregos abrange todo o setor do agro, desde plantio a industrialização. Fabio Ricardi, produtor da fazenda Savana, cultivadora de milho, algodão, trigo e soja em Luis Eduardo, garantiu que a propriedade e a cultura do algodão têm beneficiado 160 famílias com empregos, sendo esse número três vezes maior do que a soja, tornando-se importante para o social e econômico na região Oeste da Bahia onde está localizada. Fabio declarou: “O trabalho dignifica o homem, sem trabalho não existe nada”. Ricardi que defende um projeto de projeção agrícola para o Nordeste, garante que em cima da agricultura, que deve ser desenvolvida primeiro, vem o desenvolvimento e afirmou que “O Brasil tem muito futuro...O país vai dar certo”.

A movimentação econômica devido a cultura algodoeira está presente desde a cadeia de produção até os pontos de venda, criando elo entre todas as partes. “Temos um mercado consumidor em franco crescimento para a cultura do algodão da região Oeste...É preciso políticas públicas que atraiam e consolidem novas etapas da cadeia gerando valor agregado e distribuição de renda”, relatou Rubens.