Uso de tecnologias contribui para o desempenho produtivo do algodão no Oeste da Bahia


Pesquisas de melhoramento genético e aplicativos para controle e monitoramento de pragas são algumas das ferramentas utilizadas por produtores rurais
Por Rudiery Kanydia Souza da Silva  



Foto Rudiery Kanydia



Através de pesquisas e novas tecnologias, produtores e empresas agrícolas têm desenvolvido o aprimoramento da semente de algodão, fomentando o crescimento da cotonicultura e do agronegócio na região Oeste da Bahia. Deste modo, são aplicados melhoramento genético e uso de aplicativo para o controle de pragas. Acompanhando esse resultados a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), tem contribuído para maior produtividade do produto agrícola.
Os processos para produção do algodão são importantes para garantir a alta qualidade do produto, e é iniciado, desde a pesquisa  até o resultado final. Para Fabiano Perina, analista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os estudos realizados para aprimoramento são demorados, mas possibilita a região atingir excelentes níveis de qualidade. As ferramentas tecnológicas são primordiais para resolver os desafios nas plantações de algodão.
Ainda de acordo com Perina, a preocupação com novas formas para aumentar a qualidade do algodão, surgiu durante a década de 1980, quando as pragas começaram a aparecer nas lavouras de algodão, ocasionando queda de produção. Na época, foram registrados uma perda de safra de 4,13 milhões de hectares para 660 mil hectares. Uma das pragas observadas na plantação naquele período era o Bicudo do algodoeiro, um dos desafios mais enfrentados por produtores agrícolas. Atualmente, os pesquisadores desenvolvem iniciativas para combater o bicudo, além de monitorar as lavouras por aplicativos, também são feitos nas algodoeiras a pulverização de pesticidas e o melhoramento genético.
Na opinião de Douglas Fernandes, coordenador do Centro de Treinamento da Abapa, o bicudo tem potencial para destruir quilômetros de plantações caso, não seja tratado rapidamente. “O ataque do bicudo normalmente se inicia na borda das lavouras, não é uma praga que se encontra no meio da lavoura pelo menos, não inicialmente, o dano causado pelo bicudo pode chegar de 80 a 100 por cento das estruturas reprodutivas”, afirma Douglas.
Controles de pragas
O aprimoramento de tecnologia é fundamental para eliminar possíveis riscos das plantações de algodão. Existem algumas pragas, como o caso do nematoide que são vermes nativos da região, tem proliferação natural, e passam de uma lavoura para outra. “O produtor pode levar isso de uma área para outra, através de mato contaminado, do sapato. Conforme o sistema de plantio adotado ele pode favorecer o aumento do surgimento desses organismos que atacam as lavouras’’, explica Fabiano, analista da Abrapa.
Além disso, para ele, uma das formas que podem combater os vermes são as plantas que possuem genes resistentes à praga, por ser de origem transgênica e desenvolvida por meio de melhoramento genético. “Existem pesquisas para tentar entender o universo dos genótipos do algodão, para ver qual deles confere resistência a essas pragas, inclusive esse trabalho de pesquisa já foi feito pelo Instituto Mato-Grossense do Algodão”, completa.

A utilização de ferramentas para analise da qualidade da fibra do algodão são destaques nos laboratórios de qualidade da Abapa, equipamentos como High Volume Instruments (HVI), que proporciona resultados detalhados das características da fibra do algodão é uma referência no país. Os resultados podem ser observados pelo crescimento da região Oeste da Bahia, que atualmente, é o segundo maior produtor de algodão do país.

Foto Rudiery Kanydia

Soluções Tecnológicas
Com objetivo de facilitar e desenvolver a produtividade dos setores agrícolas, foram criados aplicativos para ampliar a qualidade do algodão, foi o caso do Farmbox que foi desenvolvido por uma empresa parceira da Abapa. Segundo Lidervan Morais, Diretor Executivo da Abapa. O aplicativo auxilia no combate às pragas. Além de disso, mais uma parceria foi firmada para o desempenho da produção, com a utilização de estações meteorológicas. “Essas ações em conjunto serão necessárias para a qualidade do nosso algodão. Diversas fazendas da região possuem estações meteorológicas, a Embrapa utiliza essas bases para o monitoramento do plantio. Então será utilizado um aplicativo para celular para passar as informações coletadas para os produtores, de forma automatizada, quando surgirem doenças e fungos, como ferrugem asiática e ramularia que atingem em especial o algodão”, pontua Lidervan.
Essas ações contribuir para Abapa e seus associados investirem em novas pesquisas para o manejo de solo, doenças e plantas daninhas, que exigem atenção para não interferir na economia de recursos e na preservação. Além de promover a sustentabilidade fazendo o uso saudável do algodão. “O técnico vai às lavouras, identifica os problemas e atualiza as informações e informa para o gerente da fazenda, possibilitando que ele encontre a melhor maneira de resolver o problema de forma rápida e eficiente. Além de incrementar as soluções, os processos tecnológicos colabora para o desenvolvimento da cultura do algodão baiano na região”, ressalta Morais.
Novos desafios ainda demandam novas pesquisas, mas a Abapa e seus produtores associados vêm mostrando que estão dispostos a tornar a região Oeste líder na produção algodoeira do país. As pesquisas do passado que tornaram a produção do algodão viável hoje, mas a preocupação hoje é com o futuro sustentável. Afinal para se tornar o segundo maior exportador de algodão do mundo, foi preciso muito trabalho e comprometimento, o que os produtores do Oeste da Bahia vêm demonstrando.

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