Bahia: A grande potência nordestina no mercado do algodão.



Por Lucas dos Santos Gouveia  


O possível crescimento nacional e internacional na produção de algodão em pluma de qualidade pelo estado baiano.


Segundo a companhia nacional de abastecimento (CONAB), em 2019 o Brasil quebrou o recorde em exportação de algodão em pluma, ultrapassando a Índia e firmando-se como o segundo maior exportador do mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos. A Cotonicultura, como é conhecido o setor da cultura do algodão, se tornou muito forte e estratégica para o agronegócio brasileiro, segundo dados da ABRAPA o setor vem movimentando 18 bilhões de dólares no PIB nacional e gerando um incremento financeiro de 41 bilhões de dólares na economia brasileira.

Foto: Lucas Gouveia











O estado da Bahia vem se destacando nesse cenário produtivo, sendo hoje o segundo maior produtor de algodão do Brasil, perdendo apenas para o estado do Mato Grosso, segundo dados de produção nacional da ABRAPA. Em dados divulgados pela ABAPA, em 2018 cerca de 201 mil toneladas de algodão foram exportadas e até o mês de agosto de 2019 cerca de 108 mil toneladas já foram destinadas à exportação.

Até agosto de 2019 a safra de algodão da Bahia já tem aproximadamente 70% de todo o seu plantio colhido e já encomendado para exportação. Em 2017/2018 a safra de algodão o estado alcançou a marca de 330 arrobas de algodão em caroço para cada hectare plantado, gerando 526,7 mil toneladas de algodão em pluma. Uma marca impressionante que gera expectativa dos produtores e compradores para as safras futuras.

Mesmo com o sucesso de produção do estado, os produtores baianos buscam alcançar e até superar o líder de produção de algodão do país. O estado conta com todas as condições favoráveis a essa meta, contando com a maior quantidade de produção de algodão por hectare plantado e também com a maior parte das terras propícias para o plantio, o que dispensa a necessidade de irrigação.

Segundo Júlio César Busato, presidente da ABAPA, a Associação vem trabalhando junto aos produtores do estado com o objetivo de explorar de maneira sustentável toda a potencialidade que a Bahia tem para produção do algodão em pluma. Com foco em conquistar o lugar de estado líder na produção e exportação da matéria prima para mercados de tecido internacionais, a ABAPA acredita que isso pode posicionar o Brasil entre os maiores exportadores de material de alta qualidade em todo o mundo.

Pensando nisso a ABAPA vem desenvolvendo programas com foco especialmente na entrega de produto de qualidade com sustentabilidade ambiental. Uma ação que se destaca nessa área é o Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que tem a sustentabilidade como diretriz prioritária no processo produtivo. O programa fitossanitário tem como foco o combate eficaz e sustentável contra pragas que afetam as lavouras de algodão, além de patrulha mecanizada, que consiste na recuperação de estradas vicinais e na contribuição para conservação de recursos naturais nas lavouras de algodão.

Além disso existe investimento em treinamento de mão de obra especializada para a produção de algodão com a utilização de tecnologia avançada. O Centro de Treinamento Parceiros da Tecnologia (CTPT), criado em 2010, realiza treinamento dos profissionais que atuam diretamente na cotonicultura. Desde que foi inaugurado o CTPT já qualificou cerca de 20,5 mil pessoas num total de 941 cursos realizados.







Foto Lucas Gouveia

De acordo com Sérgio Brentano, gerente do laboratório de análise de fibras da ABAPA, a classificação do algodão é de extrema importância pro mercado têxtil: “A classificação do algodão é de extrema importância para o mercado, pois a partir dela é possível realizar a qualidade intrínseca da fibra, principalmente nos e equipamentos de HVI, a indústria utiliza a classificação para determinar a qualidade da fibra para construção do fio que irá ser utilizado”.

Foto Lucas Gouveia

De acordo com Sérgio Brentano, gerente do laboratório de análise de fibras da ABAPA, a classificação do algodão é de extrema importância pro mercado têxtil: “A classificação do algodão é de extrema importância para o mercado, pois a partir dela é possível realizar a qualidade intrínseca da fibra, principalmente nos e equipamentos de HVI, a indústria utiliza a classificação para determinar a qualidade da fibra para construção do fio que irá ser utilizado”.







Foto Lucas Gouveia

De acordo com Júlio César Busato, a qualidade do algodão do Brasil assemelha-se  ao da Austrália: "Temos o maior laboratório de análises de fibra da América Latina, o que garante uma qualidade admirada pelo mercado mundial e, em vezes, nosso algodão é comparado ao australiano, referência em qualidade".

A ótima qualidade do algodão em pluma brasileiro vem chamando bastante atenção do mercado asiático, como explicou o presidente da ABAPA. Apostando nesse mercado uma comitiva formada pelos maiores produtores do estado da Bahia, capitaneados pela ABAPA, visitou, no mês de setembro de 2019, países asiáticos como China e Vietnã para prospecção de negócios.

Júlio César Busato explica que o objetivo da viagem foi sondar a possibilidade de instalação de um escritório da ABAPA nestes países, com a finalidade de apresentar o algodão brasileiro às grandes indústrias têxteis asiáticas.

Os investimentos na produção de algodão em pluma na Bahia vêm mostrando resultados no alto nível de qualidade do produto, fazendo do estado um potencial candidato a se tornar referência mundial em Cotonicultura. Esse cenário torna propícia atração de investimentos estrangeiros, bem como a transferência de tecnologia e métodos de produção utilizados pelos produtores baianos para todo o mundo.

Comentários