Por Bruna Conceição dos Santos

“De um ponto isolado no cerrado baiano, para a cidade com o 3º maior IDH do estado”. São palavras de Júlio César Busato, presidente da Associação Baiana de Produtores de Algodão (ABAPA) sobre a cidade de Luís Eduardo Magalhães. O município de 87 mil habitantes, contou na sua última safra em 2018-2019 com cerca de 331.028 mil hectares de área cultivada de algodão, juntamente com outras cidades do Oeste Baiano, de acordo com o site da instituição.
Essa mesma Bahia, reconhecida por seus grandes cultivos de soja e cacau, revela a partir da produção de algodão, uma riqueza de grande importância para o país. A segunda maior potência no Brasil relacionada ao agronegócio, podemos afirmar que a cotonicultura baiana gerou até o mês de agosto deste ano um total de US$ 1,7 bilhão, somente em exportações.
Acrescem que a cadeia produtiva de algodão da Bahia é uma potência no agronegócio Brasileiro, seus grandes números em exportação superam potências internacionais como Japão, China e Suíça. E por meio de dessa atividade agrícola, o oeste baiano têm crescido rapidamente na produção algodoeira, utilizando-se de adventos como tecnologia, critérios de sustentabilidade e preservação, além da qualidade.
Algodão e suas riquezas
“Nada do algodão é jogado fora” a afirmação do Henrique Borges, Gerente da Zannoto Cotton, uma unidade de beneficiamento de algodão – a algodoeira realiza a separação da pluma do caroço de algodão. Essas informações confirmam sobre o quanto o algodão é aproveitado em todos os seus subprodutos, pois é nesse âmbito que podemos ver a riqueza desse ouro branco, muitas vezes desconhecido.

Henrique Borges, explicando sobre o
processo
de beneficiamento do algodão na Zannoto Cotton
E através da visita técnica realizada com os estudantes de Jornalismo, entre os dias 19 e 20 de setembro, para o Prêmio de Jornalismo ABAPA, o gerente e agrônomo Henrique Borges, esclareceu sobre as variedades derivadas do algodão, desde a pluma, fibrilho, caroço e também resíduos e impurezas.
Por meio da
pluma do algodão, carro forte da produção cotonicultura, é feito o que
conhecemos por maior identificação que são as roupas, pelo fibrilho que são as
fibras extraídas e utilizadas na fabricação de tecidos usados na confecção de
pano de prato, coador de café, barbante e sacarias.
Do caroço após a
fase de processamento, é gerado o óleo de algodão que pode ser utilizado para
confecção de alimentos, a gordura vegetal utilizada em grandes indústrias e
redes de fast food e a margarina.
Assim também,
por meio do caroço é extraído o línter, algo parecido a uma pele, rico em
complexos orgânicos de carbono, ele é um composto que serve de matéria-prima na
nota de dinheiro, no ramo da tecnologia é muito utilizado nos smartphones, placas
de vídeo, telas de LED, além da fabricação de pólvora. E os resíduos que são
utilizados para fabricação de ração animal e quando feito a compostagem serve
como adubo.
Esses e tantos
outros produtos gerados a partir do algodão revelam o quanto essa planta é
aproveitada na sua maior quantidade possível. Suas riquezas de subprodutos
denotam o poder do cultivo do algodão, que consegue gerar para além dos itens
citados, uma renda para agricultores de pequenas ou grandes fazendas, que se
comparado aos garimpeiros, eles extraem todas as riquezas do ouro branco
baiano, o algodão.
A riqueza de uma marca: SOU DE ALGODÃO
Uma fibra democrática, o algodão está presente em praticamente todos os
segmentos de roupas, seja na linha infantil, teen, cama, mesa, banho e no
próprio Jeans. Porém para incentivar o uso de algodão também na indústria da
moda, surge a marca Sou de Algodão, desenvolvida pela Associação
Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA), com apoio da Bayer e Instituto
Brasileiro do Algodão (IBA).
Democrática, inclusiva e sustentável, esses três pilares apresentados por
Silmara Ferraresi, assessora da presidência da ABRAPA, descrevem a essência de
uma marca que busca falar com quem compra, trazendo a ideia de pertencimento
daquele produto. Sendo que a valorização do algodão para indústria da moda, foi
inicialmente no maior evento de moda do Brasil e mais importante da America
Latina, o São Paulo Fashion Week na edição de 2016.
A riqueza da marca Sou de Algodão, também abrange o campo da
tecnologia através das interações em redes sociais, a marca teve um alcance de
76.945.260 nas mídias sociais, além de 196.594 visitas no site, dados de 13 de
setembro de 2019. Esses grandes números são resultados de ações que buscam o
engajamento de influenciadores que conversam com o consumidor, estilistas,
empresários e com as famosas blogueiras.
Dessa forma, o estado baiano sendo o 2° maior produtor do Brasil, o país
também é o maior fornecedor de algodão sustentável do mundo, certificado pelo
programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), com isso a marca alia o objetivo
de enaltecer a riqueza do algodão, incentivando sobre os benefícios da
matéria-prima, além da importância da cotonicultura.
Sobre Luís Eduardo Magalhães
O município
localizado no interior da Bahia, a cerca de 960 km da capital Salvador, cresceu
de mãos dadas com o agronegócio. As terras produtivas da região atraíram
grandes produtores a investirem economicamente e, dessa forma, expandiu-se o
crescimento populacional. Com seus 87 mil habitantes, a cidade emancipada há 19
anos é bastante nova comparada aos municípios vizinhos de Barreiras, Dianópolis
e Taguatinga.
O
desenvolvimento exponencial de Luís Eduardo Magalhães ou LEM (resumidamente
chamada), representa para o estado da Bahia uma fonte de renda forte e para
Brasil uma oportunidade econômica para se destacar perante aos outros países.
Além disso, a cidade tem atraído importantes eventos que promovem as suas
atividades, como é o caso da feira de tecnologia agrícola Bahia Farm Show e os
eventos promovidos pela ABAPA, como a Cotton Bike e a Corrida de Algodão.
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