Por Ivis Luiz Macêdo de Souza Barboza
Foto: Ivis Luiz Macêdo
A ABAPA
A
Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) é a entidade que
representa, defende e promove o algodão produzido na Bahia em diversos setores,
entre eles: social, político e econômico.
Desde
que foi criada, em 31 de maio de 2000, a Abapa tem conseguido ampliar seu raio
de atuação, com projetos que abrangem de ponta a ponta a cadeia produtiva: da
pesquisa científica até a logística e a comercialização da fibra de algodão; do
desenvolvimento das pessoas envolvidas nas várias etapas da atividade, até as
questões legais, com iniciativas de fomento à regularização ambiental e ao
cumprimento da legislação trabalhista.
Há
quase 20 anos no mercado, a associação traz profissionalismo e competência para
a produção de algodão no estado, o que permite à entidade angariar
credibilidade e respeito nos seus muitos âmbitos de atuação, tornando o
trabalho que realiza ainda mais eficaz e abrangente.
A
ABAPA gerencia e colabora com as diversas empresas que trabalham com o cultivo
do algodão no Oeste do estado, ofertando treinamentos, palestras, maquinário,
apoio jurídico e profissional qualificado para atuarem nas empresas.
Foto: Ivis Luiz Macêdo
Cultura do Algodão
Atualmente
o Brasil planta 33 milhões de hectares de soja e 1,5 milhões de hectares de
algodão o que é um resultado muito satisfatório para a região. Em 2019 o Brasil
se tornou o quarto produtor mundial de algodão e o segundo maior exportador
mundial. Segundo Júlio Cézar Busato, presidente da ABAPA, a associação projeta
que em pouco tempo, a região Oeste se torne o terceiro produtor mundial de
algodão e o primeiro exportador mundial. Segundo ele, os cotonicultores baianos
oferecem quantidade, qualidade, confiabilidade e garantia de fornecimento.
Dentro
de cada fruto (também chamados de maçãs ou capulhos quando abertos) há cerca de
27 a 45 sementes. De 10.000 a 20.000 fibras de aproximadamente 28 mm de
comprimento estão presas a cada caroço. As fibras são compostas de celulose,
têm uma fina camada de ceras e óleos, e são ocas por dentro.
A
pluma representa cerca de 39% do peso do algodão. Para ser utilizada, deve
atender a características comerciais, como comprimento, finura, maturidade e
resistência de acordo com sua aplicação.
Tecnologia
A
produção de algodão no estado conta com o que é mais atual em relação aos
equipamentos e maquinários utilizados para a cotonicultura. Júlio Cezar Busato,
presidente da ABAPA, afirma que "a produção avançou muito nos últimos anos
no quesito tecnologia, se hoje lançou uma máquina lá nos Estados Unidos, no
outro dia nós temos aqui".
Bicudo do Algodoeiro
O
bicudo do algodoeiro é considerado a principal praga que atinge a produção de
algodão no Oeste da Bahia e nas Américas. Se não controlado corretamente, a
praga pode causar perdas grandes em função da sua alta capacidade de reprodução
e elevado poder destrutivo.
A
Abapa conta com um programa de monitoramento e controle do bicudo na cultura do
algodão do Oeste da Bahia com apoio do Fundeagro, tendo a finalidade de
conscientizar e orientar os produtores de algodão com relação a erradicação do
bicudo em suas propriedades, o qual gera bastante prejuízo aos cotonicultores.
A
produção de algodão no estado conta com um sistema de monitoramento intensivo
para que as pragas não consigam se alastrar pela plantação. Segundo Fábio
Ricardi, produtor de algodão, os cotonicultores contam com estratégias de
combate ao Bicudo, como baterias em bordaduras e em áreas totais.
Beneficiamento
Foto: Ivis Luiz Macêdo
O
beneficiamento nada mais é do que a separação da fibra e das sementes por
processos mecânicos com a mínima depreciação das qualidades do algodão, de
forma que se comercialize uma pluma que atenda às exigências das indústrias de fiação, tecelagem e têxtil.
Uma
das empresas que realizam esse trabalho é a Zanotto Cotton. Segundo Leandro
Henrique, gestor da empresa, no ano de 2018 foram produzidos 39 mil fardos, “a
expectativa para esse ano é que sejam produzidos 60 mil fardinhos”, conta.
Após
o beneficiamento, a pluma passar por uma espécie de classificação, onde são
distinguidos os vários tipos de algodão como: linter, fibrilha e capulho. Cada
tipo é utilizado de forma diferente, como por exemplo, algodão hospitalar,
papel moeda, tecelagem, etc.
Caroço do algodão
Após
ser plantado, colhido, passar pelo beneficiamento e a separação, o caroço do
algodão é usado na produção de diversos produtos. Entre eles: óleo, linter e
comida para animais. Uma das empresas que trabalham com a fabricação desses
produtos é a Icofort, uma empresa que processa milhões de caroços de algodão,
gerando toneladas de óleo, línter, torta e farelo de algodão.
Atualmente,
a Icofort tem capacidade de processar 210 mil toneladas de caroço de algodão
por safra, gerando 3 milhões de sacas de ingredientes para nutrição animal, 1
milhão de caixas de óleo comestível, 7 mil toneladas de Linter, 30 mil
toneladas de óleo bruto de algodão e 60 mil toneladas de óleo refinado a
granel.
Para
atender todo território nacional e evitar ruptura, a empresa montou uma frota
terrestre composta por carretas, trucks tanques, trucks carga seca, bi-trens
graneleiros, e carretas. Além das rodovias, a Icofort utiliza a hidrovia do São
Francisco como meio de transporte. Sua frota fluvial é composta por
empurradores, dique flutante e barcaças.
Foto: Ivis Luiz Macêdo
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